domingo, 1 de dezembro de 2013

Bom dia caros leitores,
ontem, passado Sábado, deslocámo-nos até à Cínica Fisio São Brás para participar no workshop - «Quando as Palavras Não Saem - A gaguez na Infância», com a Terapeuta da Fala Mónica Rocha.
Achamos pertinente partilhar esta nossa experiência, já que em muito enriqueceu os nossos conhecimentos acerca da problemática. Queremos deixar realçado o facto de existirem este tipo de iniciativas (e gratuitas). Assim, convidamos os leitores que se possam interessar sobre este assunto (pais, educadores de infância, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais, avós, etc) a participar em futuras iniciativas, que desde já classificamos como brilhantes.
Como muitos autores do âmbito da psicologia e da educação realçam, a melhor forma de aprender é realmente receber a informação de variadas formas, através dos estímulos mais diversos. Assim, ouvir sobre a Gaguez em diversos workshops ou ações realmente permite-nos ter um espírito crítico acerca da temática e abordar diversos conceitos. 
Deixamos aqui o nosso agradecimento à Terapeuta da Fala Mónica Rocha, orientadora do workshop, que adiantamos é uma excelente oradora e partilhamos convosco alguns dos pontos mais interessantes deste workshop:
  • A gaguez é uma perturbação da fluência que tem causa genética, podendo ser exacerbada por fatores ambientais e/ou emocionais.
  • Existem várias definições para a gaguez - «se numa sala houvessem 10 terapeutas da fala, surgiriam 11 definições para a gaguez»
  • A gaguez pode ser causada por um Traumatismo Cranio-Encefálico ou lesão cerebral.
  • A gaguez não tem causa ansiosa.
  • O especialista qualificado para trabalhar questões de gaguez é o Terapeuta da Fala. O psicólogo pode orientar e ajudar quando existem sentimentos negativos associados, mas lembra-se que a causa da gaguez não é emocional ou psicológica, mas sim genética. 
  • Existe um período em que é normal existirem disfluências, pelo que alguns fatores de risco devem ser explorados a fim de perceber a possível evolução para gaguez: idade de aparecimento superior a 4 anos, antecedentes familiares,  persistência das disfluências por mais de 6meses, género (3 masculino em cada 1 feminino), fatores linguísticos (outras dificuldades de linguagem).
  • As crianças que gaguejam podem apresentar comportamentos de escape ou de evitação, como piscar ou olhos ou evitar dizer determinada palavras. Estes comportamentos complexificam-se com o passar do tempo.
  • Existem várias abordagens no tratamento da gaguez, sendo as mais conhecidas a Modelação da Fluência e a Modificação da Gaguez, mas existem outras como por exemplo o Lidcomb Program.
  • Os pais são um aliado essencial no processo de tratamento da gaguez.
  • Já existiram medicamentos para a gaguez, mas atualmente estão fora do mercado.
  • A avaliação da gaguez é feita com base na avaliação da Fluência e das respostas dos pais, professores e da criança.
  • Em contexto de terapia da Fala, pode modificar-se um bloqueio (uma disfluência complexa e perturbadora) para uma repetição (disfluência menos complexa e perturbadora)
  • Exercícios de respiração não servem como tratamento para a gaguez, já que a mesma não tem causa em alterações respiratórias. No entanto, pode ajudar a reduzir a tensão.
  • A hipnose e terapias alternativas não têm evidencia científica no tratamento da gaguez, porém é válido (e até bom) que cada um experimente aquilo que quiser.

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