hoje apresentamos os mitos da gaguez, ou pelo menos alguns deles, porque de certo existem muitos que desconhecemos.
Nota: acima mencionado = num post anterior.
Os terapeutas da fala preferem não falar em cura mas sim em tratamentos centradas nas pessoas. De acordo com o Terapeuta da Fala Gonçalo Leal membro da Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala ( APTF - www.aptf.org), na "intervenção com os pacientes são tidos em conta factores como a idade, consciência da dificuldade, limitações e impacto da gaguez no dia-a-dia". Uma das estratégias utilizadas para contornar a gaguez, e que é trabalhada em gabinete é o "ter uma fala mais relaxada, um discurso mais lento". Outra estratégia utilizada pelos terapeutas da fala, em conjunto com os psicólogos, é o encontrar formas de lidar com situações reais que causam desconforto e sofrimento a quem gagueja. Este trabalho conjunto procura, sobretudo eliminar o impacto da gaguez na qualidade de vida da pessoa, tentar atingir uma fluência em que a pessoa se sinta confortável e sobretudo uma fala com que se identifique. Os terapeutas recordam que a gaguez ainda não tem cura.
A gaguez é um problema de comunicação que afecta directamente entre 1% a 2% da população portuguesa. As pessoas que gaguejam, na sua maioria, tendem a isolar-se, a fecharem-se sobre si próprias, não procurando apoio, agudizando assim o problema e alimentando um sofrimento silencioso, que afecta profundamente a sua qualidade de vida. Por ser um problema de comunicação, no entanto, a gaguez implica não apenas a quem gagueja mas também a quem com ele interage, seja na família, na escola, nos locais de trabalho, ou nas demais instituições. A gaguez é também o silêncio que socialmente se foi instalando em seu redor, silêncio esse que criou tabus e alimentou preconceitos e estereótipos.Tal significa que a responsabilidade para a superar deva ser partilhada entre todos na sociedade, sejam estes instituições ou indivíduos, pessoas que gaguejam ou não. A sua superação implica deste modo uma intervenção não apenas nas pessoas que gaguejam mas também no próprio contexto comunicativo mais amplo, ou seja, na sociedade em si, de forma a que todos possam assumir uma maior e melhor capacidade de resposta às pessoas que gaguejam. Para a APG, a melhor forma de o fazer é falar abertamente e sem complexos sobre a gaguez, partilhar ideias e experiências, cruzar diferentes formas de conhecer a gaguez, desconstruir os estereótipos e mal-entendidos que pairam sobre esta dificuldade e sobre as pessoas que gaguejam.Por isso, o objectivo das Jornadas sobre Gaguez é o de, por um lado, pôr pessoas que gaguejam a falar, a testemunhar e a partilhar as suas vivências, os seus êxitos e dificuldades, as suas formas e estratégias de enfrentar o problema, e, por outro, procurar dar voz a novas estratégias terapêuticas de abordar a gaguez para, deste modo, fomentar o diálogo entre pessoas que gaguejam, terapeutas da fala e outros técnicos e profissionais. No cruzamento destes vários saberes, procuramos descobrir complementaridades, para assim podermos construir um conhecimento mais vasto, socialmente robusto e com um impacto real na vida de todos aqueles que vivem e convivem com esta dificuldade permitindo-lhes melhorar de forma efectiva a sua capacidade de responder aos desafios que a gaguez levanta.Junte-se a nós nestas Jornadas únicas em Portugal sobre a Gaguez!Objectivos:
- Espaço de partilha e de vivências de pessoas que sentem e vivem o problema de gaguez no dia-a-dia;- Reflectir o direito à gaguez, na linha da afirmação pública da dificuldade por parte dos gagos e do reconhecimento institucional da gaguez e dos direitos das pessoas que gaguejam;- Reflectir e discutir a terapêutica da gaguez;- Espaço de reflexão e cruzamento multidisciplinar das terapias de ajuda/apoio à gaguez;- Sensibilizar a sociedade em geral e os poderes públicos em particular para a necessidade de medidas de apoio às pessoas com gaguez.Destinatários:
- Pessoas que gaguejam e seus familiares;- Professores e outros Educadores;- Técnicos, Estudantes e Professores da área Terapêutica (Terapia da Fala, Psicologia, Psiquiatria, Medicina);- Escolas;- Associações;- Outros interessados no tema.Local:Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS-IPS)Programa:09:00 - Recepção dos participantes
09:30 – Sessão de Abertura
10:00 – Sessão Plenária: A Gaguez na Primeira Pessoa
Nesta sessão serão apresentados vários testemunhos e relatos em primeira mão sobre a gaguez, a experiência de gaguejar e as diversas contingências que isso tem ou teve na vida de cada um. Desta forma, a gaguez, o que é ser-se gago, pessoa que gagueja, qual a diferença criada por um processo terapêutico serão algumas das questões apresentadas e discutidas na primeira pessoa, a partir do ponto de vista de quem gagueja.Oradores: Paulo Guerra. José Carlos Pedrosa, Tiago Almeida, CarlosFerreira11:30 – Coffee Break12:00 – Mesa Redonda: Gaguez e Empregabilidade
O objetivo desta sessão é reflectir como se lida com a gaguez no acesso ao emprego e problematizar o que é que é valorizado numa entrevista de emprego. Deste procurar-se-á pensar discutir de que modo a gaguez poderá ou não condicionar o acesso a um emprego e, desta forma, como devem/podem os Terapeutas da Fala preparar as pessoas que gaguejam que lhes pedem apoio neste domínio. Desta forma procurar-se-á desconstruir a ideia de que a gaguez é limitadora neste domínio e sensibilizar a sociedade e os técnicos responsáveis pelos Recursos Humanos para que as pessoas com gaguez não sejam prejudicadas ou alvo de discriminação no acesso ao emprego.Oradores: Maria Amélia Marques, André Carmo, Joana Caldas13:30 – Almoço
14:30 - Mesa Redonda: Sucesso Terapêutico em Terapia da Gaguez
Com o intuito de promover uma reflexão sobre os objectivos da terapia da gaguez, o objectivo desta sessão é problematizar o que é o sucesso terapêutico na terapia da gaguez; Por onde passa o sucesso? Será deixar de gaguejar ou reduzir a dificuldade de verbalização? Qual o papel do Terapeuta da Fala? A mesa terá 5 Terapeutas da Fala que se disponibilizarão a discutir estas questões e responder a um conjunto de perguntas formuladas pela audiência.Oradores: Íris Bonança, Brito Largo, Jaqueline Carmona, Gonçalo Leal, Mónica RochaRelatora: Helena Germano16:00 - Coffee Break16:30 - Mesa Redonda: Grupos Gaguez: a experiência em PortugalO objectivo desta sessão é dar conhecer estas experiências, as suas dinâmicas, o que motiva as pessoas a aderir e a participar, ao mesmo tempo que se aprofunda uma reflexão sobre a sua evolução dos grupos, como os consolidar, complementaridades e diferenças entre grupos presenciais e os fóruns online. Para tal diferentes participantes irão contar as suas experiências, as suas preocupações, a forma como vivenciam o grupo.Oradores: Rosa Neves, José Carlos Domingues, Joana Caldas, André Caiado, Jorge SilvaComentários: Daniel Neves Costa, Brito Largo18:00 - Sessão de Encerramento
BOBO
Ainda atualmente conotada como «tolo, pateta, ingénuo», a palavra aplicou-se, sobretudo, aos truões medievais que, nas cortes, divertiam reis e nobres, embora muitos deles tenham sido, para além de autores de sarcasmos e facécias, jograis e poetas. Mas a sua principal função era a de criticar, provocando o riso.
Muitas maneiras há de provocar a gargalhada. Uma das mais fáceis é a da gaguez. Ora «bobo» proovém do latim balbus que significa exatamente «gago». É bem provável que, para amenizar as cortes, fossem escolhidos os gagos e, hipoteticamente, os bobos que não o eram, representassem essa gaguez. Posteriormente, «bobo» deixou de estar relacionado com a tartamudez.
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